No link que segue abaixo, podem assistir ao filme La jetée, de Chris Marker (1921-2012), um conceituado cineasta, fotógrafo e escritor francês. Eis como o artista conseguiu fazer cinema através da fotografia, fazendo o espectador embrenhar-se numa história sobre uma viagem no tempo feita num futuro pós-nuclear...
Ficha técnica: 28 min. | Curta, Drama, Romance | França Título original: La jetée Ano: 1962 Realizador: Chris Marker Escrito por: Chris Marker Elenco: Étienne Becker, Jean Négroni, Hélène Chatelain
"There is work that profits children, and there is work that brings profit only to employers. The object of employing children is not to train them, but to get high profits from their work."
Para quem ama o chamado 'filme de rua'. Destaco a alegria e inocência das crianças que, em tempos, não se escondiam em casa; antes faziam jus ao verbo 'brincar'...
Título original: In the Street
Ano original: 1948 / reedição: 1952 (depois de Charlie Chaplin ter visto e ter 'aprovado')
Realização: Helen Levitt
Fotografia: Helen Levitt, James Agee, Janice Loeb
Stanley Kubrick (1928-1999) foi um cineasta e fotógrafo americano. Todos o conhecemos pelos seus grandes clássicos: Spartacus (1960), 2001: A Space Odyssey (1968), A Clockwork Orange (1971), The Shining (1980) ou Eyes Wide Shut (1999). O que se calhar muitos desconhecem é o seu trabalho fotográfico na Nazaré, em 1948... Deixo aqui algumas obras e uma notícia que saiu no Diário de Notícias, em 2010, aquando a exposição em Veneza:
A arte cinematográfica também comporta outros tipos de arte... A pintura é um exemplo. Deste belo quadro do pintor holandês Johannes Vermeer intitulado Het Meisje met de Parel, em exposição no Mauritshuis, Haia...
... nasceu, em 2003, este maravilhoso filme, cheio de luz, de cor, de cumplicidade, de amor...
M/13 | 1h40 m. | Biografia, Drama, Romance
Título original: Girl with a Pearl Earring
Países: Reino Unido, Luxemburgo
Realização: Peter Webber
Escrito por: Tracy Chevalier, Olivia Hetreed
Elenco: Scarlett Johansson, Colin Firth, Tom Wilkinson
Helene Bertha Amalie Riefenstahl (1902-2003), mais conhecida por 'Leni Riefenstahl', nasceu em Berlim e tornou-se uma conhecida cineasta alemã. Tendo iniciado a sua carreira como dançarina, Riefenstahl viu-se obrigada a adotar outra profissão, devido a uma grave lesão que teve no joelho quando ainda era jovem. Estreou-se como atriz em filmes de montanha, estrelando muitas cenas na neve. Conta-se que, certo dia, Hitler assistiu ao filme A Luz Azul e que ficou bastante interessado nos dotes de realização da ex-dançarina, daí ter pedido a Riefenstahl que filmasse o 6º Congresso do Partido Nazi, em Nuremberga, em 1934. Foi assim que nasceu o tão conhecido, amado e, ao mesmo tempo, odiado O Triunfo da Vontade (Triumph des Willens, no título original):
Para filmar a obra anterior, estiveram com Riefenstahl 170 homens e mais de 18 câmaras. Apesar de a cineasta ter advogado que este não era um filme de propaganda e que apenas se tinha limitado a mostrar o que estava à sua frente, há uma série de jogadas que nos levam a crer que não houve sinceridade nas suas palavras (vejamos, por exemplo, a luz que aponta para o rosto de Hitler quando este discursa ou até mesmo o facto de o avião que o transportava parecer ter caído na Terra de forma algo celestial).
Há, então, que perguntar: devemos valorizar O Triunfo da Vontade enquanto produto estético ou enquanto produto de propaganda? Os autonomistas diriam que estamos perante um filme que deve ser valorizado pela sua forma e pelas suas características. Não obstante, os eticistas responderiam de forma diferente, alegando que esta é uma obra de arte má, porque tem problemas morais (afinal, nela assistimos a uma glorificação de Hitler, figura responsável por inúmeras mortes).
Depois de ter realizado o filme anterior, Riefenstahl realizou Olympia, um filme sobre os Jogos Olímpicos de 1936, que é uma espécie de exaltação do corpo humano (ou da raça ariana):
Depois da 2ª Guerra Mundial, Riefenstahl esteve presa e não teve financiamento para novos projetos cinematográficos. Esse facto vê-la voltar-se para a fotografia...
Paul Strand (1890-1976), fotógrafo e cineasta americano, ajudou a estabelecer a fotografia enquanto forma de arte no século XX. Segundo ele, a fotografia tem por base uma objetividade que é a sua própria essência; tentar que ela seja pictoral é desrespeitar o medium. Para este artista, toda a fotografia pictoral é apenas 'natureza morta'.
Na fotografia abaixo, uma das mais conhecidas de Strand, deparamo-nos com a vida, com a cidade ela mesma:
Wall Street, por Paul Srand, 1915
Seis anos depois de ter tirado Wall Street, Strand juntou-se a Charles Sheeler para realizar a primeira sinfonia urbana americana que apresenta algumas estrofes do poeta Walt Whitman. Em Manhatta, assistimos à fotografia anterior posta em movimento (ver minuto 2.30):
Anémic Cinéma, de 1926, é um filme de Marcel Duchamp (o único do autor de A Fonte), feito em colaboração com Man Ray. O seu caráter é, sobretudo, dadaísta, sem narrativa. Durante uns minutos, somos como que hipnotizados por discos rotativos que são atropelados por algumas mensagens escritas... É difícil? É. Mas vale a pena embarcar na experiência.
Escritores: Michaelangelo Antonioni e Julio Cortázar
Elenco: David Hemmings, Vanessa Redgrave, Sarah Miles
Esta semana, assisti a este filme que me surpreendeu pela sua dinâmica e fotografia. Antonioni conta-nos a história de um fotógrafo que, durante uma sessão num parque verde, acaba por captar algo imprevisível... É ao revelar as fotografias na sua câmara escura que "Thomas" (interpretado por David Hemmings) se apercebe que foi testemunha de um discreto homicídio... Assim morre a ideia de que a arte fotográfica tem sempre, por detrás, uma intenção.
Recomendo a todos os amantes de fotografia e cinema!