terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Festas Felizes!


"Every time you hear a bell ring, it means that some angel's just got his wings."

Nesta altura do ano, apetece rever e amar cada segundo de It's a Wonderful Life (1946), uma obra-prima que o cineasta Frank Capra nos ofereceu. Deixo aos meus queridos leitores o acesso ao filme, no Youtube, com os votos de umas festas muito felizes. Que 2017 seja um ano repleto de saúde, amor, paz e, claro, muitas, muitas imagens em movimento!



Sara Gonçalves

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

"Elle", de Paul Verhoeven


8,5 / 10

Drama, Thriller | 2h10 min. | M/16

Realização: Paul Verhoeven
Baseado no romance de: Philippe Djian
Países: França, Alemanha, Bélgica
Estrelado por: Isabelle Huppert, Laurent Lafitte, Anne Consigny

Assistir a Elle é uma espécie de exercício de controlo de respiração. A obra de Verhoeven não nos dá espaço para distrações: o filme começa logo com uma cena de violação, o que contraria a tendência de muitos cineastas de oferecer o clímax das suas histórias a meio ou mesmo no fim das películas. É esse acontecimento que parece despoletar em "Michèle Leblanc" (Isabelle Huppert) uma vontade de vingança, muitas vezes camuflada pelo desejo sexual exasperante que a personagem revela ter. Não obstante, também parece legítimo perguntar se essa mesma vontade não estará antes vinculada ao seu pai, responsável por uma chacina no seu bairro? Ou à sua mãe que transparece futilidade? Ou ao seu filho que enveredou pelos caminhos da droga? Seja como for, Huppert é absolutamente maravilhosa. É fria e excitante, sofredora e forte, violenta e perspicaz, tudo ao mesmo tempo. Numa entrevista ao Ipsílon, que saiu no passado dia 18 de novembro de 2016, a atriz confessou mesmo que, durante as filmagens, teve a sensação de "estar completamente nua", porque a fronteira entre ela e o papel era "de tal forma ténue" que tudo parecia estar a acontecer perto de si. O mais incrível é que, apesar de termos consciência de que este filme é dela, da "Michèle" imoral, também sentimos espaço para questionar as razões das outras personagens. Creio que o principal objetivo de Verhoeven era precisamente oferecer aos espectadores uma obra onde a pergunta pelos motivos que conduziram à ação fosse constante. E está de parabéns, pois se há filme onde o 'porquê' surge é neste.


Deixo-vos aqui o trailer desta obra que merece realmente ser vista: