Pontuação: 8/10
M/14 | 2h16 min. | Drama, Musical, Romance
Título original: A Star is Born
Realizador: Bradley Cooper
Escrito por: Eric Roth, Bradley Cooper, Will Fetters
Estrelado por: Bradley Cooper, Lady Gaga, Sam Elliott, Dave Chappelle
"Unless you get out there and try to do it, you'll never know.
That's just the truth." - "Jackson Maine" (Bradley Cooper)
Não seria possível dar mais que um 8 a esta obra uma vez que
já é a quarta vez que a mesma história é adaptada ao cinema (a primeira foi em
1937 por William A. Wellman). Não obstante, Bradley Cooper, que, aqui, assume
três papéis-chave – o de realizador, argumentista e ator principal – não
desilude. Afinal, a sétima arte também é isto: contar os mesmos amores e
desamores, ápices e frustrações, estrelatos e depressões de formas distintas.
Como peça cinematográfica, A Star is Born não é especial. É banal e não traz grandes
novidades. Não tem uma fotografia por aí além nem uma montagem surpreendente.
No entanto, consegue oferecer algo ao espectador que é, a meu ver, uma parte
fundamental daquilo a que chamamos ‘filme’ – músicas lindíssimas. Músicas que
contam muito, músicas que mexem com as nossas emoções e que não nos deixam
indiferentes. A par deste trunfo, temos duas personagens centrais que não nos
permitem retirar os olhos do ecrã. Penso que é mesmo aqui que A Star is Born
vence: pelas incríveis prestações de Bradley Cooper (“Jackson Maine”) e de Lady
Gaga (“Ally”).
Relativamente a Cooper, estamos habituados a vê-lo em filmes
mais ligeiros como, por exemplo, A
Ressaca; filmes que não exigiam metade daquilo que “Maine” exige.
Decadentismo, desespero, dó ou piedade são algumas das muitas emoções que o
protagonista nos faz sentir através do grande ecrã. Se tínhamos dúvidas quanto
ao talento de Cooper, essas mesmas dúvidas dissipam-se ao assistir à sua
performance neste que é o seu primeiro trabalho de realização.
Música. Cooper. E Lady Gaga, o terceiro elemento que faz parte da equação que é A Star is Born (grata por Beyoncé não ter ficado com o papel, como tinha sido falado, inicialmente!). Acredito que muita gente tenha ficado surpreendida ao ver a cantora no papel de atriz e tão bem. No meu caso, não fiquei muito, pois já tinha assistido, em tempos, a American Horror Story – Hotel, e tinha adorado. Ainda assim, a forma como a autora da canção Shallow (nomeada e possível vencedora do Óscar de “Melhor Canção Original” na cerimónia dos Óscares deste ano) prende a atenção do espectador não deixa de ser admirável. É com ela que ficamos a conhecer o pequeníssimo abismo que existe entre sermos nós próprios e tornarmo-nos em alguém que os outros querem que sejamos.
Assim Nasce uma Estrela poderia muito bem chamar-se “Assim Nascem Duas Estrelas e um conjunto de músicas que nem tão cedo iremos deixar de ouvir”. É um remake, mas é um remake que vale a pena.
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