Pontuação no ImDb: 6,4/10 | A minha pontuação: 9/10
M/12 | Terror | 1h21m.
Título original: The Blair Witch Project
País: EUA
Realizado por: Daniel Myrick, Eduardo Sánchez
Escrito por: Daniel Myrick, Eduardo Sánchez
Estrelado por: Heather Donahue, Michael C. Williams, Joshua Leonard
Blair Witch (2016)
Pontuação no ImDb: 5,4/10 | A minha pontuação: 8,5/10
M/16 | Terror | 1h29m.
Título original: Blair Witch
País: EUA
Realizado por: Adam Wingard
Escrito por: Simon Barrett
Estrelado por: James Allen McCune, Callie Hernandez, Corbin Reid
"If you are a fan of the first movie then you should enjoy this. It goes over territory which you will be familiar with from the first film and expands on the myths" (by IFL HORROR, in http://www.imdb.com/title/tt1540011/?ref_=nv_sr_1).
PG-13 | Drama, Ficção Científica, Thriller | 106 min.
Título original: Gattaca Ano: 1997 País: EUA
Realizado por:Andrew Niccol
Escrito por: Andrew Niccol
Elenco: Ethan Hawke, Uma Thurman, Jude Law
Proposta de trabalho (adequada para uma turma de 11º ano de Filosofia, para a unidade VI. Desafios e Horizontes da Filosofia - 1. A filosofia e os outros saberes | 1.3. Tema / Problema do mundo contemporâneo):
Analise o filme tendo em conta o seguinte guião para a sua interpretação:
1. Identifique as personagens principais.
2. "Vincent" é considerado inválido. Explique porquê.
3. Por que razão é que "Anton" dá ao seu segundo filho e não a "Vincent" o seu nome próprio?
4. Qual é o objetivo do verdadeiro "Jerome"?
5. O que é "Gattaca"?
6. Enuncie os problemas filosóficos subjacentes ao filme.
7. Concorda com a ideia de que a ciência pode provocar, de alguma forma, discriminações entre as pessoas? Justifique.
Para debater depois do visionamento do filme: "Cada pessoa é o resultado das interações complexas entre o seu património genético e o meio onde habita".
Andy Warhol nasceu em 1928, em Pittsburgh, no seio de uma família de emigrantes eslavos. De 1945 a 1949, estudou Artes Gráficas Aplicadas e, após obter o diploma do Carnegie Institute of Technology, instalou-se em Nova Iorque. Foi aí que começou a trabalhar em ilustração e publicidade para revistas como a conceituada Vogue. Foi essencialmente na década de 60 que o artista Pop começou a pintar e a elaborar serigrafias sobre tela (Latas de Sopa Campbell's, rostos de famosos como Marilyn Monroe ou Elvis Presley,...). Foi também por essa altura que Warhol se anunciou como cineasta experimental.
A expressão 'cinema experimental' abrange diversos estilos cinematográficos que têm em comum o facto de se diferenciarem e/ou até de se oporem às práticas e ao estilo da sétima arte mais comercial. Normalmente, os filmes experimentais caracterizam-se pela ausência de uma narrativa linear - e, muitas vezes, de som - e pelo uso de diversas técnicas de abstração. Estas características estão presentes nos filmes deste artista. Como explica Graig Uhlin, num artigo intitulado "Tv, Time, and the Films of Andy Warhol", as suas obras cinematográficas "are usually situated within avant-garde and art-historical traditions - the realism of the New Cinema, the influence of John Cage and other avante-garde music and dance movements, the traditions of minimalism and Pop Art" (Uhlin, 2010: 2).
Nos primeiros filmes de Warhol, não há enredo nem diálogo, apenas uma vontade de mostrar tudo o que se atravessa à frente da câmara: em Henry Geldzahler, de 1964, vemos o curador Henry Geldzahler a fumar um charuto e, ao longo de 97 minutos, percebemos que ele vai ficando cada vez mais desconfortável; em Sleep, do ano anterior, assistimos ao poeta John Giorno, amigo íntimo de Warhol, na altura, a dormir durante cinco horas e vinte minutos; já com Empire, de 1964, vemos Empire State Building, à noite, durante seis horas e meia (ver uma parte do filme infra):
Ao falar do cinema deste artista, devemos referir a influência da TV pois, como o próprio destacou várias vezes, tal meio de comunicação é uma espécie de modelo explicativo para as suas obras cinematográficas, principalmente durante o período a preto e branco. O filme Bufferin, de 1966, confronta-nos com uma leitura de poesia por parte de Gerard Malanga, "seems to mime the structure of a television program, where narrative action is interrupted by commercial braks" (idem, 8-9). De notar que em Soap Opera, de 1964, as imagens do drama doméstico também são interrompidas por anúncios televisivos.
A verdade é que o trabalho deste artista espelha-se como uma forma de protesto. Existe na sua arte uma preocupação, uma chamada de atenção para os perigos do consumo, da trivialidade e da banalidade que reinam hoje em dia. Esse é, aliás, um dos aspectos que atravessa a obra dos artistas da chamada Pop Art (que tem como uma das suas figuras principais, precisamente, Warhol), um movimento que se associa à superficialidade que caracteriza sociedades capitalistas e tecnológicas que privilegiam o consumismo exacerbado.
Referência: Uhlin, Graig (2010). Tv, Time and the Films of Andy Warhol. In Cinema Journal, 49, 3, pp.1-23.
Adaptado de Andy Warhol e o Espelho do Banal (trabalho final realizado no âmbito do curso livre de Fotografia e Cinema org. pelo Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade Nova de Lisboa, entre março e abril de 2016).
Pontuação: 7,4/10 (ImDb). | Pontuação dada por mim: 8/10 (ImDb).
A história que este filme conta é simples: num vale da Islândia, dois
irmãos, que vivem lado a lado, mas que não se falam há cerca de 40 anos, vivem
para tratar das suas ovelhas. O drama surge quando, na sequência de um
concurso, "Gummi" (Sigurjónsson) apercebe-se que o carneiro do seu irmão "Kiddi" (Júlíusson) tem uma doença
transmissível que é incurável. As autoridades decidem, então, abater todos os
carneiros e ovelhas do vale por forma a conter o surto. Isto ainda afasta mais
os dois familiares, pois "Kiddi" culpabiliza o irmão por tudo o que está a acontecer
e chega mesmo a disparar uma arma contra a sua casa. A maior tristeza de "Kiddi" é saber que a linhagem da qual tratou durante uma vida e que era única irá
desaparecer. A sua existência revela-se sem sentido e, por mais do que uma vez,
este pastor avista o fim de muito perto. O sentido só renasce quando ele descobre o que o irmão fez, sozinho... Sem querer
entrar em mais pormenores, o que se segue a esta descoberta é arrepiante: todo
um amor, que há muito estava camuflado por brigas e invejas, vem ao de cima. E nós,
espectadores, vêmo-lo renascer através de uma fotografia absolutamente estonteante
onde reina todo um branco islandês que despoleta sensações tão dicotómicas como frio e
calor, medo e esperança, ódio e afeto. Despidos de raiva, os dois
protagonistas desta obra demonstram, não com palavras (aliás, o filme não é
de muitas palavras), mas com gestos e respirações aceleradas, o pouco-muito que
resta de nós quando a morte ameaça sair da sombra. Estamos perante uma lição. De vida. E de cinema.
Título original: Study in Color and Black and White
A curta de Stan Brakhage Study in Color... (que é, nada mais, nada menos, que película de 35 mm. pintada pelo próprio Brakhage) faz-nos refletir sobre a seguinte questão: o que é que faz de um filme um filme?
M12 | 1h38m. | Biografia, Drama, História
Título: Experimenter: Stanley Milgram, O Psicólogo que Abalou a América
Título original: Experimenter
Realizador: Michael Almereyda
Escrito por: Michael Almereyda
País: EUA
Protagonizado por: Peter Sarsgaard, Winona Ryder
"There was a time, I suspect, when men and women could give a fully human response to any situation. When we could be fully, absorbed in the world as human beings. But more often, now, people don't get to see the whole situation but only some small part of it. There's a division of labor, and people carry out small, narrow, specialized jobs, and we can't act without some kind of direction from on high. I call this 'the agentic state'. The individual yields to authority, and in doing so becomes alienated from his own actions." ("Stanley Milgram", interp. por Peter Sarsgaard).
Experimenter coloca-nos frente-a-frente com o psicólogo de origem judaica Stanley Milgram que, no início dos anos 60 do século XX, levou a cabo uma experiência laboratorial sobre a obediência na Universidade de Yale, nos EUA. A investigação foi motivada pela 2ª Guerra Mundial, nomeadamente pelas câmaras de gás que produziram mortes sem sentido, mortes que apelam a que nos sentemos e reflitamos sobre o significado de "banalidade do mal", uma expressão da filósofa Hannah Arendt. Durante o filme, a questão do poder da autoridade é reforçada no momento em que aparecem imagens da condenação do ex SS Adolf Eichmann (que alegou ser obediente ao regime de Hitler até ao fim).
O foco da experiência de Milgram era este: perceber até que ponto os participantes na experiência carregariam num botão que despoletava descargas elétricas a um 'aluno' - que era, para o 'professor', um desconhecido - sempre que este respondia incorretamente a uma questão (note-se que esse 'aluno' - era sempre o mesmo - sofria de uma doença cardíaca). O resultado foi impressionante: nenhuma das pessoas que encarnou o papel de 'professor' se recusou a participar, mesmo sabendo que estaria a dar choques a outrem; 65% dos participantes aplicou a descarga máxima; nenhum dos participantes teve a iniciativa de se levantar e ir espreitar, à outra sala da experimentação, como é que se encontrava o 'aluno' (se ele ainda estaria sequer a respirar). Apesar de ter havido suor, nervosismo e até irritação, a obediência dos participantes àquilo que lhes tinha sido pedido no início da experiência foi mais forte.
O que esta história nos conta é, no mínimo, preocupante e levanta questões éticas de suma relevância. Até onde é que um ser humano consegue ir quando lhe é dada uma ordem? E como é que essa pessoa consegue prescindir tão rapidamente do seu dever de responsabilização pelos seus semelhantes? Pela experiência, parece que a existência de um agente de autoridade que nos ordena suspende a nossa consciência moral. O problema é que é essa vertente humana que nos distingue e define. Afinal, não somos autómatos. Não podemos, pura e simplesmente, fazer uma epoché do nosso 'eu moral'.
Enquanto realizador desta obra cinematográfica, Michael Almereyda denota uma grande preocupação em lembrar-nos (ou relembrar-nos) de que não vivemos no mundo isoladamente; vivemos com o outro e para o outro. Talvez por isso tenha optado por cenários estanques, papéis de parede que não representam, mas antes apresentam a realidade na qual habitamos. Talvez por isso também tenha optado por deixar a distância entre a personagem principal do filme e nós, espectadores, mais curta (Peter Sarsgaard fala inúmeras vezes diretamente para a câmara). Considero que tais opções foram, sem dúvida, profundamente inteligentes. Aprendamos, pois, com esta história e com este filme que, de forma pertinente, chama a atenção para a seguinte ideia do filósofo existencialista Kierkegaard: "life can only be understood backwards, but it must be lived forwards".