Fotografia retirada de: http://www.cineuropa.org/nw.aspx?t=newsdetail&l=en&did=293613
Drama | Maiores de 12 | 93 min.
Título Original: Hrútar
País: Islândia
Realizador: Grímur Hákonarson
Escrito por: Grímur Hákonarson
Fotografia de: Sturla Brandth Grovlen
Elenco: S. Sigurjónsson, T. Júlíusson
Pontuação: 7,4/10 (ImDb). | Pontuação dada por mim: 8/10 (ImDb).
A história que este filme conta é simples: num vale da Islândia, dois
irmãos, que vivem lado a lado, mas que não se falam há cerca de 40 anos, vivem
para tratar das suas ovelhas. O drama surge quando, na sequência de um
concurso, "Gummi" (Sigurjónsson) apercebe-se que o carneiro do seu irmão "Kiddi" (Júlíusson) tem uma doença
transmissível que é incurável. As autoridades decidem, então, abater todos os
carneiros e ovelhas do vale por forma a conter o surto. Isto ainda afasta mais
os dois familiares, pois "Kiddi" culpabiliza o irmão por tudo o que está a acontecer
e chega mesmo a disparar uma arma contra a sua casa. A maior tristeza de "Kiddi" é saber que a linhagem da qual tratou durante uma vida e que era única irá
desaparecer. A sua existência revela-se sem sentido e, por mais do que uma vez,
este pastor avista o fim de muito perto. O sentido só renasce quando ele descobre o que o irmão fez, sozinho... Sem querer
entrar em mais pormenores, o que se segue a esta descoberta é arrepiante: todo
um amor, que há muito estava camuflado por brigas e invejas, vem ao de cima. E nós,
espectadores, vêmo-lo renascer através de uma fotografia absolutamente estonteante
onde reina todo um branco islandês que despoleta sensações tão dicotómicas como frio e
calor, medo e esperança, ódio e afeto. Despidos de raiva, os dois
protagonistas desta obra demonstram, não com palavras (aliás, o filme não é
de muitas palavras), mas com gestos e respirações aceleradas, o pouco-muito que
resta de nós quando a morte ameaça sair da sombra. Estamos perante uma lição. De vida. E de cinema.
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