terça-feira, 25 de outubro de 2016

"Hrútar". Vamos falar de Carneiros?



Drama | Maiores de 12 | 93 min.

Título Original: Hrútar
País: Islândia
Realizador: Grímur Hákonarson
Escrito por: Grímur Hákonarson
Fotografia de: Sturla Brandth Grovlen
Elenco: S. Sigurjónsson, T. Júlíusson


Pontuação: 7,4/10 (ImDb). | Pontuação dada por mim: 8/10 (ImDb).

A história que este filme conta é simples: num vale da Islândia, dois irmãos, que vivem lado a lado, mas que não se falam há cerca de 40 anos, vivem para tratar das suas ovelhas. O drama surge quando, na sequência de um concurso, "Gummi" (Sigurjónsson) apercebe-se que o carneiro do seu irmão "Kiddi" (Júlíusson) tem uma doença transmissível que é incurável. As autoridades decidem, então, abater todos os carneiros e ovelhas do vale por forma a conter o surto. Isto ainda afasta mais os dois familiares, pois "Kiddi" culpabiliza o irmão por tudo o que está a acontecer e chega mesmo a disparar uma arma contra a sua casa. A maior tristeza de "Kiddi" é saber que a linhagem da qual tratou durante uma vida e que era única irá desaparecer. A sua existência revela-se sem sentido e, por mais do que uma vez, este pastor avista o fim de muito perto. O sentido só renasce quando ele descobre o que o irmão fez, sozinho... Sem querer entrar em mais pormenores, o que se segue a esta descoberta é arrepiante: todo um amor, que há muito estava camuflado por brigas e invejas, vem ao de cima. E nós, espectadores, vêmo-lo renascer através de uma fotografia absolutamente estonteante onde reina todo um branco islandês que despoleta sensações tão dicotómicas como frio e calor, medo e esperança, ódio e afeto. Despidos de raiva, os dois protagonistas desta obra demonstram, não com palavras (aliás, o filme não é de muitas palavras), mas com gestos e respirações aceleradas, o pouco-muito que resta de nós quando a morte ameaça sair da sombra. Estamos perante uma lição. De vida. E de cinema.


Sem comentários:

Enviar um comentário