sábado, 23 de fevereiro de 2019

Óscares 2019: os 5 preferidos


Será já na madrugada de segunda-feira, dia 25 de fevereiro de 2019, que iremos ficar a conhecer os vencedores dos Óscares 2019. A cerimónia ainda não aconteceu e já está a dar que falar: primeiro, porque não terá um anfitrião (já tinha acontecido o mesmo há 30 anos e correu mal); segundo, pela controvérsia causada pelos filmes nomeados – digamos que, finalmente (e felizmente!), temos algumas obras nomeadas que fogem ao padrão hollywoodesco.
O presente artigo serve para expor a minha opinião sobre as cinco obras nomeadas às quais atribuo maior pontuação.

1º - Roma, de Alfonso Cuarón (9/10)


‘Inesperado’ é o adjetivo que melhor encontro para caracterizar esta obra do mexicano Alfonso Cuarón, já galardoado pela Academia, em 2013, por Gravidade. Trata-se de um filme humano (talvez até, e utilizando a expressão de F. Nietzsche, ‘demasiado humano’), que aborda problemas reais, familiares e sociais; nesse sentido, parece que temos muitas referências ao neo-realismo italiano dos anos 40 (talvez tenha vindo daí a opção pelo preto e branco). A nível técnico, há que salientar a fotografia que é, simplesmente, sublime. Roma é o favorito nas categorias de “Melhor Filme”, “Melhor Fotografia”, “Melhor Realizador” e “Melhor Filme Estrangeiro”.


2º - Green Book, de Peter Farrelly (8,5/10)


Se Roma não vencer o Óscar de “Melhor Filme”, então que vença esta obra de Peter Farrelly. Há elementos fundamentais que nos fazem apreciar ou odiar um filme: um deles é o seu enredo. Esta história, apesar de evocar uma temática que não é nova no mundo da sétima arte (o racismo nos anos 60, nos EUA), fá-lo com o devido respeito. Os protagonistas Viggo Mortensen e Mahershala Ali (que prestação incrível!) são exímios e o filme nunca seria o mesmo sem eles. Estamos perante outra obra humana, com sentido de humor e com a capacidade de fazer escorrer uma lágrima. Provavelmente, irá perder o Óscar de “Melhor Argumento Original” para “A Favorita”, mas merecia muito mais arrecadá-lo.


3º - A Star is Born, de Bradley Cooper (8/10)


Como peça cinematográfica, A Star is Born não é especial. É banal e não traz grandes novidades. Não tem uma fotografia por aí além nem uma montagem surpreendente. No entanto, consegue oferecer algo ao espectador que é, a meu ver, uma parte fundamental daquilo a que chamamos ‘filme’ – músicas lindíssimas (tudo indica que será Shallow a levar a estatueta de “Melhor Canção Original”). A par deste trunfo, temos duas personagens centrais que não nos permitem retirar os olhos do ecrã. Penso que é mesmo aqui que A Star is Born vence: pelas incríveis prestações de Bradley Cooper e de Lady Gaga.


4º - A Favorita, de Yorgos Lanthimos (8/10)


Mais um filme que vale, sobretudo, pelas suas prestações. Olivia Colman é espetacular e Rachel Weisz e Emma Stone não lhe ficam muito atrás. As três mulheres conseguem fazer com que o nosso olhar não se desprenda do grande ecrã. O guarda-roupa e a maquilhagem são outros pontos a favor desta obra, a fotografia não é nada má (aliás, parece ser ela a responsável pela nossa entrada na corte), mas depois há uns exageros que nos deixam com um certo desconforto: é mesmo necessário (e será que era assim?!) fazer com que as personagens utilizem uma linguagem tão grosseira, com piadas, por vezes, infelizes?


5º - Bohemian Rhapsody, de Bryan Singer e Dexter Fletcher (6.5/10)


Uma obra cheia de incongruências que conduz o espectador em erro acerca de muitos aspetos da vida de Freddy Mercury. A explicação para isso? Certamente, o intuito comercial. Ainda assim, há coisas importantes que se salvam neste filme: o trabalho de guarda-roupa e de maquilhagem; a edição sonora; as eternas músicas dos Queen que não nos cansamos de ouvir; e, claro, a interpretação de Ramy Malek, possível vencedor do Óscar de "Melhor Ator", este ano.

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