Pontuação: 6/10
M/12 | 125 min. | Drama
Título original: Darkest Hour
Realizado por: Joe Wright
Escrito por: Anthony McCarten
Estrelado por: Gary Oldman, Lily James, Kristin Scott Thomas
W. Churchill: "Those who never change
their mind never change anything."
Depois dos badalados Orgulho e
Preconceiro, Expiação e Anna Karenina, Joe Wright traz-nos A Hora mais Negra, um filme que se
complementa, e bem, com Dunkirk, de
Nolan, também nomeado, este ano, para o Óscar de “Melhor Filme”. O argumento,
da autoria de Anthony McCarten (A Teoria
do Tudo), transporta-nos até 1940, altura em que a Europa atravessa um
período negro devido à ascensão de Adolf Hitler e do nazismo. Winston
Churchill, um brilhante estadista da época, é convidado a formar governo
pelo Rei Jorge VI na sequência da demissão de Neville Chamberlain. Poucos dias
depois da sua tomada de possa, o novo primeiro-ministro britânico vê-se
obrigado a tomar uma decisão perante o seguinte dilema: ou assina, em nome do
seu país, um tratado de paz com a Alemanha, ou declara guerra ao inimigo e luta
pela liberdade dos seus.
Estamos perante um filme de diálogos, de palavras, de discursos. Nele,
não há lugar para planos de ação. Também não há lugar para atores, apenas para
um, porque na memória só nos fica Gary Oldman e a sua interpretação
absolutamente estonteante. A sua fala, as suas expressões, a sua forma de fumar
charutos, o seu andar, enfim, tudo nos lembra Churchill. O Óscar de “Melhor
Ator” do próximo dia 4 de março é praticamente garantido e merecido.
Já no que respeita ao rigor histórico, esta obra merece um mero “suficiente”.
Existem deturpações da realidade em prol das plateias “hollywoodescas”, sedentas de artefactos romanescos: a secretária de
Churchill, "Elizabeth" (interpretada por Lily James), surge de forma completamente instrumental; no
fundo, serve apenas para mostrar que o homem que esteve à frente do Reino Unido
entre 1940 e 1945 tinha sentimentos. Porém, a cena mais grave é mesmo aquela em
que Churchill consegue escapar dos seus seguranças e apanha o Metro (não, ele
nunca o fez). É difícil não ficarmos comovidos com a forma como o político
dialoga com os passageiros que o circundam, mas depressa a comoção dá lugar à
desilusão. Quando falamos de filmes históricos, queremos retratos históricos
fiéis. E A Hora mais Negra está longe
da fieldade necessária.
Posto isto, estamos perante um filme de um só homem: Gary Oldman. Os 6/10 são para ele e para o excelente trabalho de caracterização, maquilhagem e cabelo. De resto, não há muito a aproveitar desta película.
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