Pontuação:
8.5/10
M/12 | 2h10 min. | Drama, Romance
Realizado por: Paul Thomas Anderson
Escrito por: Paul Thomas Anderson
Estrelado por: Vicky Krieps, Daniel
Day-Lewis, Lesley Manville
"Dr. Robert
Hardy": “He's a very demanding man, isn't he?
Must be quite a challenge to
be with him...”
“Alma”: "Yes.
Maybe he is the most demanding man".
O novo filme do subvalorizado
realizador Paul Thomas Anderson retrata a Londres do pós 2ª Guerra Mundial.
Estamos nos anos 50 do século XX, altura em que “Reynolds Woodcock” (Daniel
Day-Lewis) e “Cyril Woodcock” (Lesley Manville) dominavam a moda so british, vestindo a realeza, o
estrelato e até grandes nomes internacionais. Toda a obra é sobre elegância,
toda ela cose elegância. São os pormenores e os detalhes ornamentais que fazem
de Linha Fantasma aquilo que o filme é:
uma pedra preciosa.
Anderson demarca-se de forma
sublime enquanto realizador e diretor de fotografia deste drama. O que mais
destacamos é, sem dúvida, a forma como nos aparecem as luzes e as cores, assim
como os maravilhosos e intensos close-ups,
quer do rosto de “Woodcock”, quer do rosto de “Alma” (Vicky Krieps), a
jovem por quem o estilista se apaixona perdidamente – ao ponto de abandonar
inconscientemente a perfeição que outrora pintava o seu trabalho. Há ainda que
mencionar e aplaudir a banda sonora omnipresente de Jonny Greenwood que
acompanha a história e que em momento algum é exagerada ou inadequada. Pelo
contrário: cada música encaixa-se na perfeição.
Para além da realização, da técnica,
da fotografia e da banda sonora, temos que destacar a performance dos atores
principais de Linha Fantasma: se este for, de facto, o último papel de Daniel
Day-Lewis, o ator sai em grande. O que vemos no grande ecrã é um homem obcecado
pelo trabalho, apaixonado, exigente e impaciente (até o barrar da manteiga nas
torradas o incomoda!), severo e vulnerável, ao mesmo tempo. E também
dependente: dependente da sua irmã “Cyril”, cujo olhar não mata, mas mói (é de
notar que Manville está, e muito bem, nomeada para o Óscar de Melhor Atriz
Secundária por este papel). Depois, temos Krieps, a inteligente e persistente “Alma”,
uma personagem que encarna tudo aquilo que o amor é e não é. Não obstante a magnanimidade deste trio, o agradecimento final deve ser feito a Anderson, que
deu a cada personagem o devido tempo para brilhar.
Linha Fantasma é uma das grandes
surpresas dos Óscares 2018 e está nomeado em 6 categorias: “Melhor Filme”, “Melhor
Realizador”, “Melhor Ator”, “Melhor Atriz Secundária”, “Melhor Guarda-Roupa”
(talvez seja este o único ao seu alcance) e “Melhor Banda Sonora Original”. Ao nível da estética
cinematográfica, parece-nos difícil pedir mais do que aquilo que esta obra
oferece. Já no que à narrativa diz respeito, parece que ficou algo por dizer. Ou
então foi a monstruosidade dos minutos finais que nos impediu de dar nota 10.
Sem comentários:
Enviar um comentário