sábado, 25 de fevereiro de 2017

"Hell or High Water" (2016). Do Texas puro e duro.


Pontuação: 7,5/10

M/16 | 1h42 min. | Drama, Ação, Crime

Título em português: Custe o que Custar!
Realizado por: David Mackenzie
Escrito por: Taylor Sheridan
Estrelado por: Chris Pine, Ben Foster, Jeff Bridges


Hell or High Water está nomeado para 3 Óscares da Academia: Melhor Filme, Melhor Ator Secundário (Jeff Bridges) e Melhor Montagem. Não é o principal candidato ao título de “Melhor Filme de 2016”, mas não desilude. Pelo contrário: graças ao desempenho dos seus protagonistas e dos seus aspetos técnicos, a longa-metragem de David Mackenzie surpreende todos aqueles que pensam que vão assistir a mais um filme de índios e cowboys.
Estamos perante uma história que decorre no Texas, mas que foi rodada noutro Estado americano. No entanto, as cores quentes e as paisagens texanas de cortar a respiração chegam ao espectador através da fotografia exímia de Giles Nuttgens. A banda sonora que acompanha a trama, da autoria de Nick Cave e de Warren Ellis, é congruente e a montagem de Jake Roberts é merecedora de uma vénia.
É graças, precisamente, aos aspetos técnicos referidos anteriormente que não adormecemos na primeira hora de filme, que se revela pobre no que a diálogos e ação diz respeito. Durante os primeiros minutos, acreditamos que estamos perante uma história banal: dois irmãos começam a assaltar bancos, um porque gosta da adrenalina que isso acarreta, o outro porque quer proporcionar aos filhos uma vida diferente daquela que sempre teve. Dos quatro assaltos que vemos “Tanner” (Ben Foster) e “Toby Howard” (Chris Pine) fazer a bancos, só o último está próximo de ser realista. Falamos de cenas que nos deveriam despertar medo e preocupação, mas isso não acontece. Não obstante, os últimos 40 minutos têm outra pujança: os diálogos são extraordinários, os olhares intensos, o sol queima, os tiros fazem-nos tremer, o choque chega, a revolta também. 
Jeff Bridges é o oficial “Marcus”, aquele que vai tentar travar os protagonistas. Aparece, como sempre, seguro e expressivo. Mas quem merecia realmente estar nomeado para Melhor Ator era Chris Pine (apenas foi nomeado, com este filme, pela San Diego e pela Las Vegas Film Critics Society Awards). O papel de ‘irmão ajuizado’ e de ‘pai a todo o custo’ assenta-lhe como uma luva, de tal forma que estamos perante a sua melhor prestação no cinema. Uma prestação que tem como pano de fundo um Texas que é um lugar quente apenas e só nos termómetros.

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