Pontuação: 7,5/10
M/12 | 1h40 min. | Drama, Biografia
Realizado por: Pablo Larraín
Escrito por: Noah Oppenheim
Estrelado por: Natalie Portman, Peter Sarsgaard, Caspar Phillipson
O mundo das artes audiovisuais já nos tinha oferecido duas obras notáveis sobre o antigo presidente dos EUA John F. Kennedy: falamos de JFK (1991), realizado por Oliver Stone e estrelado por Kevin Costner (no papel de “Jim Garrison”, um procurador público que investigou arduamente o assassinato do 35º presidente americano); e da recente mini-série 11.22.1963 (2016), baseada no romance com o mesmo nome de Stephen King, com o total de 8 episódios que retratam a vida de um professor de inglês, “Jake Epping” (James Franco), que, através de uma viagem no tempo, vai tentar prevenir a morte de Kennedy.
Uma das cenas de JFK, com Kevin Costner no principal papel
James Franco no papel de "Jake", em 11.22.1963
Mas nunca o cinema nos tinha concedido um olhar sobre Jacqueline Kennedy, uma mulher que, aos 34 anos, teve que aprender a lidar com o facto de se tornar mulher do presidente de uma das maiores potências mundiais. Quis o destino que o seu cargo de primeira dama durasse pouco tempo (entre 1961 e 1963). Não obstante o pouco tempo que esteve na Casa Branca, a sua marca parece ter-se tornado perene.
Jackie não é um filme extraordinário, mas a sua protagonista é. A nova longa-metragem de Pablo Larraín é Natalie Portman (nomeada para o Óscar de Melhor Atriz, um Óscar que parece inviável dada a concorrência deste ano – falamos, claro, das perfeitas Emma Stone e de Isabelle Huppert). A atriz israelita encarna o papel de “Jackie” (era assim que Jacqueline era conhecida) de forma sublime: a sua postura, a sua voz, a maneira como pega em cada cigarro que fuma, tudo relembra a verdadeira ex primeira dama. Já a interpretação que Portman faz da visita guiada à Casa Branca, transmitida numa TV americana em fevereiro de 1962 (podem procurar as imagens da original no Youtube), é um tanto ou quanto caricaturesca (quase parece que estamos a ver um daqueles anúncios publicitários de aspiradores), mas, se pensarmos bem, não poderia ser de outra forma. Afinal, estamos a recordar um episódio que muitos americanos tomaram, na altura, como constrangedor e fútil.
Apesar de ser do conhecimento geral que “Jackie” gostava de decoração, de concertos exuberantes e de outros tantos excessos, houve uma parte de si que permaneceu sempre mais escondida, uma parte a que este filme tenta fazer jus, nomeadamente quando ouvimos a personagem principal confessar "I never wanted fame. I just became a Kennedy”.
A homenagem à ex primeira dama é prestada com todos os minutos que o realizador dedicou à preparação do funeral de Kennedy: a partir do momento em que vê o seu vestido cor de rosa manchado com o sangue do seu marido (se este filme ganhar o Óscar de Melhor Guarda Roupa, devemos aplaudir, pois é, de facto, merecido), aquando daquela visita a Dallas no dia 22 de novembro de 1963, “Jackie” vê-se obrigada a camuflar a dor e a fazer de tudo para igualar o funeral de Kennedy ao de Abraham Lincoln, o ex presidente responsável pela abolição da escravatura nos EUA.
Jackie não é um filme extraordinário, mas a sua protagonista é. A nova longa-metragem de Pablo Larraín é Natalie Portman (nomeada para o Óscar de Melhor Atriz, um Óscar que parece inviável dada a concorrência deste ano – falamos, claro, das perfeitas Emma Stone e de Isabelle Huppert). A atriz israelita encarna o papel de “Jackie” (era assim que Jacqueline era conhecida) de forma sublime: a sua postura, a sua voz, a maneira como pega em cada cigarro que fuma, tudo relembra a verdadeira ex primeira dama. Já a interpretação que Portman faz da visita guiada à Casa Branca, transmitida numa TV americana em fevereiro de 1962 (podem procurar as imagens da original no Youtube), é um tanto ou quanto caricaturesca (quase parece que estamos a ver um daqueles anúncios publicitários de aspiradores), mas, se pensarmos bem, não poderia ser de outra forma. Afinal, estamos a recordar um episódio que muitos americanos tomaram, na altura, como constrangedor e fútil.
Apesar de ser do conhecimento geral que “Jackie” gostava de decoração, de concertos exuberantes e de outros tantos excessos, houve uma parte de si que permaneceu sempre mais escondida, uma parte a que este filme tenta fazer jus, nomeadamente quando ouvimos a personagem principal confessar "I never wanted fame. I just became a Kennedy”.
A homenagem à ex primeira dama é prestada com todos os minutos que o realizador dedicou à preparação do funeral de Kennedy: a partir do momento em que vê o seu vestido cor de rosa manchado com o sangue do seu marido (se este filme ganhar o Óscar de Melhor Guarda Roupa, devemos aplaudir, pois é, de facto, merecido), aquando daquela visita a Dallas no dia 22 de novembro de 1963, “Jackie” vê-se obrigada a camuflar a dor e a fazer de tudo para igualar o funeral de Kennedy ao de Abraham Lincoln, o ex presidente responsável pela abolição da escravatura nos EUA.
“There are two kinds of women, those who want power in the world and those who want power in bed”. Com o marido assassinado, “Jackie” não poderia deixar a sua marca na cama. Apenas no mundo. O que era escusado era vermos esse esforço com uma música de fundo de tal forma tensa que chega a ser desgastante. A banda sonora da compositora Mica Levi surge, neste filme, como um exagero que, por vezes, nos distrai do essencial.
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